| Geração, Transmissão e Distribuição 
            de Energia Elétrica .: | 
         
           
            Tipo SST 5 - Estudo Secagem de Transformador Energizado Realizado Pela EPTE 
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            Secagem da Parte Ativa de Transformadores de Potência, Energizados, 
            Utilizando Filtros Absorvedores de Água .: | 
         
         
             
            Jayme Leite Nunes Junior, 
            Claudio Aparecido Galdeano,  
            Erick Amaral Campos.    | 
         
         
             
            Resumo  
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          |   A crescente preocupação 
              das Companhias Elétricas com a diagnose de seus equipamentos, 
              em virtude do alto custo e das novas regras de operação 
              do Sistema, que pune qualquer interrupção no fornecimento 
              de energia, iniciou-se a busca por métodos de análise 
              e/ou intervenção nos transformadores que evitassem 
              sua retirada de operação. Dentro dessa ótica, 
              estamos apresentando um novo método de secagem de transformadores, 
              que além de ser executado com o equipamento em operação, 
              apresenta melhor eficiência que o tradicional tratamento termovácuo, 
              pois permite, devido ao prazo mais longo de secagem, uma real remoção 
              de umidade da isolação sólida, que só 
              era obtida superficialmente pelo processo tradicional. 
               
               
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            1. Introdução     | 
         
         
          |   Devido aos investimentos feitos 
              no Brasil durante processo de desenvolvimento ocorrido nas décadas 
              de 60 e 70, hoje temos grande número de transformadores com 
              idade acumulada de 30 ou mais anos de operação. Uma 
              alta confiabilidade de operação do sistema é 
              esperada pelos consumidores e transformadores são partes 
              vitais de um grande número de sistemas em hospitais, transportes 
              públicos, grandes indústrias, etc. Falhas em transformadores 
              podem causar danos devido à incêndios, poluição 
              ambiental ou explosão na área da subestação 
              ou em áreas adjacentes. 
            No sistema de isolação de transformadores, 
              o óleo mineral em associação ao papel isolante 
              é o conjunto utilizado em 95% da quantidade total de equipamentos. 
              Este fato pode parecer estranho, face aos recentes avanços 
              na área de materiais sintéticos que, a primeira vista 
              deveriam substituir a velha dupla papel-óleo , que vem sendo 
              utilizada em transformadores desde 1890. Esta aparente indiferença 
              deve-se às excelentes características, face às 
              solicitações elétricas, mecânicas e térmicas 
              no transformador.(1) 
            No processo de fabricação de equipamentos 
              elétricos, ou mesmo durante a operação, a isolação 
              sólida pode adquirir umidade, o que contribui para a diminuição 
              de sua vida útil, caso não seja reduzida a níveis 
              satisfatórios. A umidade presente na celulose, em níveis 
              elevados, pode ser originada no processo de fabricação 
              dos equipamentos ou adquirida pelo óleo e, posteriormente 
              transferida para a celulose durante a operação do 
              equipamento. 
               
              A presença de oxigênio atua como poderoso agente acelerador 
              da degradação do óleo ou do papel. A atuação 
              de um sistema de preservação do equipamento é 
              importante para isolar a umidade e o oxigênio provenientes 
              do ar atmosférico do sistema papel-óleo. 
            O controle da umidade da isolação 
              sólida contribui sobremaneira, para a minimização 
              dos efeitos do oxigênio e da umidade sobre a degradação 
              da celulose e, como consequência, da obtenção 
              de uma significativa extensão da vida útil dos equipamentos.(2) 
             
            Pode-se dizer que a vida útil de um transformador 
              é a vida útil de sua isolação sólida. 
            Temos, em um transformador, um sistema de isolação 
              composto de 2 materiais completamente diferentes. Enquanto um, o 
              óleo, flui através do transformador, podendo ser facilmente 
              acessível, substituído e/ou recondicionado de forma 
              a manter valores de umidade o mais baixo possíveis, a isolação 
              sólida, não somente está posicionada internamente 
              ao transformador, como tem acesso extremamente difícil, e 
              os processos de remoção de umidade utilizados para 
              o óleo isolante (usualmente tratamento termovácuo) 
              apresentam uma eficiência muito menor em relação 
              ao papel. 
            A causa desta baixa eficiência deve-se ao 
              fato do papel isolante, além ser cerca de 800 vezes mais 
              higroscópico que o óleo isolante, transfere, sob tratamento, 
              a umidade nele retida para uma atmosfera de alto vácuo de 
              forma extremamente lenta, principalmente porque esse procedimento 
              e´ feito com a parte ativa na temperatura ambiente. Procedimentos 
              realmente efetivos de remoção de umidade somente são 
              possíveis, através de um processo de vapour-phase, 
              que conjuga temperatura, vácuo e vapor de solvente, mas essas 
              condições não podem ser reproduzidas no campo. 
            Na busca de um método de remoção 
              de umidade que prescindisse da necessidade de aquecimento e vácuo, 
              optou-se pela utilização de um sistema de filtragem 
              envolvendo elementos filtrantes do tipo cartucho, desenvolvido pela 
              Velcon Systems, figuras 1 e 2, especificamente para desidratação 
              de óleo de transformadores. 
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            Fig. 1- Cartuchos Velcon Superdri        | 
         
         
             
            Fig. 2 – Sistema de Filtragem     | 
         
         
           
               
              Além disso, as seguintes características eram necessárias: 
             
            1) a possibilidade de se tratar o transformador 
              energizado, ou seja, o sistema de filtragem deve ser provido de 
              dispositivos que permitam a circulação do óleo 
              de forma segura com o transformador em operação; 
              2) Permitir a substituição dos cartuchos sem necessidade 
              de desligamento do transformador; 
              3) Não remoção de inibidores de oxidação 
              porventura presentes no óleo; 
              4) Não remoção de gases dissolvidos, de forma 
              a não mascarar qualquer evolução do teor de 
              gases que pudesse prejudicar o diagnóstico de defeitos incipientes 
              por cromatografia; 
              5) Custo final do processo igual ou inferior ao obtido pelo processo 
              tradicional de tratamento (termovácuo); 
              6) Teor de água final do óleo isolante abaixo de 15 
              ppm. 
            Antes de se iniciar o processo era necessário 
              escolher qual o método de medição da eficiência 
              do secagem seria adotado. 
            Os métodos mais tradicionais de avaliação 
              envolvem um grande número de ensaios em óleo isolante, 
              que é então física e quimicamente testado. 
              Os ensaios mais conhecidos são Rigidez Dielétrica, 
              Fator de Dissipação, Tensão Interfacial, Índice 
              de Neutralização, Teor de Água em Óleo 
              e Análise de Gases Dissolvidos. Contagem de partículas 
              e a Análise de Produtos de Decomposição do 
              Papel dissolvidos no óleo são também utilizados. 
            A maior vantagem destes ensaios, baseados em amostras 
              de óleo, é que eles não interferem com a operação 
              normal do equipamento. Seu maior problema é que esta amostra 
              de óleo pode não representar a real situação 
              da isolação sólida, já que em condições 
              de operação, dificilmente teremos uma situação 
              de equilíbrio do sistema papel-óleo, principalmente 
              considerando o fato de que o papel é cerca de 800 vezes mais 
              higroscópico que o óleo. 
             
            Não existem muitos métodos diretos 
              de avaliação do estado do papel. O maior obstáculo 
              aqui é, além de exigência da retirada do transformador 
              de operação, a acessibilidade limitada, já 
              que uma amostra de papel pode não ser representativa das 
              condições gerais de toda a isolação 
              sólida.  
            O método tradicionalmente utilizado por 
              Empresas de Energia para a medição do teor de umidade 
              da isolação sólida é conhecido como 
              URSI (Umidade Relativa da Superfície da Isolação). 
              A URSI é medida com o preenchimento do transformador com 
              Nitrogênio ou Ar Sintético super-seco e após 
              um período de equilíbrio de, no mínimo 24 horas, 
              mede-se ponto de orvalho do gás para, juntamente com a temperatura 
              da parte ativa, através de um diagrama obter-se a umidade 
              do papel. As restrições ao método são, 
              além de exigir a retirada do óleo isolante, como o 
              próprio nome já diz, avalia apenas a umidade da superfície 
              e não de toda a massa do papel,. Este ensaio foi originariamente 
              desenvolvido por um fabricante de transformadores para ensaios de 
              campo em transformadores recém saídos de fábrica, 
              onde devido ao processo de secagem, após montagem, em que 
              corpos de prova são inseridos junto com a parte ativa na 
              estufa e posteriormente ensaiados, tem-se a garantia de que a parte 
              ativa está com baixos valores de umidade. Se durante a instalação 
              em campo, com a montagem de radiadores, buchas e outros acessórios 
              alguma contaminação por umidade ocorrer, esta será 
              superficial e nestas condições, em particular, a medição 
              por URSI é satisfatório. 
            A Tettex, fabricante suíço de instrumentos 
              de medição desenvolveu um método para determinação 
              do teor de umidade da isolação sólida de transformadores 
              através da determinação do Índice de 
              Polarização pela Medição da Tensão 
              de Retorno (Recovery Voltage Method – RVM) (3) 
            Polarização é um processo 
              de orientação. Neste caso vamos considerar somente 
              a polarização da isolação causada pela 
              orientação do campo elétrico. O efeito de polarização 
              requer 2 componentes: Um campo elétrico para prover a energia 
              necessária e moléculas que fornecem o meio ao qual 
              o fenômeno se manifesta. O exemplo mais simples de descrever 
              o fenômeno é o alinhamento de dipolos em um campo elétrico. 
              A molécula de água forma um dipolo distinto com os 
              íons O- em um lado, negativamente carregados por 2 elétrons 
              adicionais provenientes do Hidrogênio atômico e os 2 
              íons H+ do outro lado, que “cedeu” estes elétrons 
              para o Oxigênio e tem uma carga positiva. Esta molécula 
              com uma carga positiva de um lado e negativa de outro é considerada 
              um dipolo. 
            Assumindo que um dipolo isolado seria exposto a 
              um campo elétrico constante, podemos imaginar que as cargas 
              negativas serão atraídas pelo eletrodo positivo e 
              vice-versa. Assim, sobre condições elétricas 
              e geométricas balanceadas, o dipolo apresentaria tendência 
              a orientar-se na direção do campo elétrico. 
            Este processo inclui uma troca de energia, pois 
              a orientação direcional (mecânica) por si mesma 
              é Trabalho. Esta energia provem do campo elétrico 
              através da Corrente. Este processo precisa obviamente de 
              alguns portadores de carga (elétrons ou íons). E finalmente 
              o processo de orientação requer algum tempo. 
             
            Este tempo é influenciado por 2 fatores. 
              Ambos relacionados com o nível de energia da molécula. 
              A energia inerente à própria molécula expressa 
              pela temperatura e a quantidade de energia que pode ser transportada 
              pela molécula em um dado tempo, influenciada pela concentração 
              de portadores de cargas.  
            Finalmente o dipolo no campo elétrico tem, 
              após completa orientação no campo, armazenada 
              a energia necessária que ele precisa para esse processo. 
              Quando retirado o campo elétrico, a molécula pode 
              então retornar à sua posição arbitrária 
              (aquela com mais baixo nível de energia) e a energia armazenada 
              pode então ser devolvida ao ambiente. 
            Medições mostram que o efeito de 
              polarização segue uma função exponencial 
              e apresenta saturação após todos os dipolos 
              terem completado a orientação no campo elétrico. 
              Um circuito equivalente pode ser montado para representar o processo 
              pela simples combinação de elementos resistivos e 
              capacitivos. A característica dominante é dada pela 
              constante de tempo formada pelo produto dos valores do capacitor 
              e do resistor. 
            A próxima consideração a ser 
              feita é que o processo de polarização em um 
              sistema isolado à óleo não pode ser considerado 
              como um único dipolo, mas como um grande número de 
              dipolos distribuídos através de uma larga geometria. 
            Desde que os valores característicos de 
              polarização estejam cobertos pela constante de tempo, 
              parece ser possível a medição desses valores. 
            Podemos assumir que os valores das constantes de 
              tempo de polarização são muito diferentes de 
              uma constante de tempo formada por um circuito equivalente R-C, 
              e as várias constantes dos processos de polarização 
              serão consideravelmente diferente umas das outras. (4) 
            O Método da Tensão de Retorno aplicado 
              à transformadores fornece um espectro obtido por ciclos. 
              Cada ciclo consiste de 3 passos e por um período de relaxação. 
              A aplicação de uma tensão DC (UC) por um tempo 
              fixo de carga (tC); um curto circuito parcial aplicado na metade 
              do tempo de aplicação da carga (tD). Esta etapa remove 
              a polarização da isolação para que se 
              possa obter a energia armazenada nos dipolos; na terceira etapa 
              os terminais do circuito são abertos e um voltímetro 
              é aplicado, obtendo-se então um valor de tensão 
              de retorno (UR) para um dado tempo de carga (tC). 
            A partir das considerações acima, 
              em termos práticos, podemos relacionar o teor de umidade 
              da isolação celulósica com a constante de tempo 
              tC,, quanto mais baixo o teor de umidade da isolação, 
              são necessários tempos de aplicação 
              de carga, ou seja, constantes de tempo proporcionalmente maiores, 
              até que se atinja o valor máximo de tensão 
              de retorno URmax . 
            A influência da temperatura da isolação 
              na constante de tempo é um parâmetro importante no 
              ensaio de RVM. Lembre-se que a temperatura é uma expressão 
              do nível de energia contido na isolação. Quanto 
              maior esta energia, mais facilmente os efeitos da polarização 
              se manifestam.  
             
            Fica claro portanto que o valor da temperatura 
              deve ser bem conhecido e assumido como uniforme através da 
              isolação. Um gradiente de temperatura elevado durante 
              a duração do ensaio causa uma significativa influência 
              no valor de tC correspondente à URmax . No caso de extremas 
              mudanças de temperatura durante o ensaio, os valores de temperatura, 
              para cada ciclo do processo, devem ser anotados. Após o RVM, 
              podemos introduzir na tabela de dados do software de interpretação 
              os valores anotados e o software automaticamente normalizará 
              a curva para 20ºC.  
            A obtenção do teor de umidade contida 
              na isolação sólida a partir dos valores de 
              URmax e da temperatura da isolação requer a obtenção 
              de um fator de correlação, obtido empiricamente já 
              que o processo de polarização de isolação 
              papel-óleo, sob condições reais ainda não 
              é completamente compreendido e matematicamente descrito. 
            Baseado nas considerações acima, 
              optou por se utilizar do RVM como método de avaliação 
              da umidade do papel e de medições de umidade no óleo 
              por Coulometria (Karl Fisher) para se determinar o momento de exaustão 
              do set de cartuchos e sua conseqüente substituição. 
               
               
            | 
         
         
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            2. Desenvolvimento do Processo  
  | 
         
         
          | Para se comprovar a eficiência 
            do processo, utilizamos um transformador de banco, de 345 kV, 133 
            MVA de fabricação IEBB, com valores de umidade de papel 
            inicialmente de 2,09%, medidas através do RVM. Nossa intenção 
            era efetuar um processo de secagem suficientemente lento de forma 
            a permitir que a umidade contida na isolação sólida 
            fosse transferida para o óleo isolante, gradativamente, auxiliada 
            pela temperatura de operação do transformador, que permaneceria 
            em operação. A entrada de óleo para o sistema 
            de filtragem foi feita à partir da válvula inferior 
            e o retorno pela válvula superior. O vácuo foi aplicado 
            em todo o sistema (filtros, mangueiras e bomba de óleo) e quebrado 
            com o próprio óleo do transformador. O sistema Velcon 
            é equipado com uma bomba de vácuo, vacuômetro, 
            e válvulas para purgar e iniciar o processo livre de bolhas 
            de ar no óleo isolante. 
             A tabela I mostra a quantidade de cartuchos (segundo a Velcon) 
              necessária para a secagem do transformador para um valor 
              final de umidade de 1% (norma EPRI - USA). 
               
               
            | 
         
         
             
            
  | 
         
         
           
            Tabela I – Cálculo da Quantidade de Cartuchos para Secagem 
            do Transformador | 
         
        
           
            
               
                | Transformer Dry-Out Calculations | 
               
               
                | 19 | 
                 ppm  | 
                moisture content of oil | 
               
               
                | 50  | 
                deg C | 
                 top oil temperature | 
               
               
                | C | 
                  | 
                 type transformer, "C"=core, "S"=shell, 
                  "E"=core w/enameled wire insulation | 
               
               
                | 14020  | 
                gals | 
                 volume of oil | 
               
               
                | 6615 | 
                 lbs  | 
                weight of paper insulation | 
               
               
                | 10,981124  | 
                %  | 
                relative saturation of the water in oil | 
               
               
                | 0,1218516  | 
                atm | 
                 saturation vapor pressure | 
               
               
                | 2,09  | 
                % | 
                 moisture content of paper insulation | 
               
               
                | 0,2329505 | 
                 gals  | 
                volume of water in oil | 
               
               
                | 42,718065 | 
                gals | 
                volume of water in paper insulation | 
               
               
                | 42,951016 | 
                gals | 
                volume of water in transformer | 
               
               
                | 1,0  | 
                % | 
                desired moisture content of paper insulation | 
               
               
                | 8.8873577 | 
                gals | 
                amount of water to be removed | 
               
               
                | 7 | 
                ea | 
                number of cartridge changes required (1.4 gal cap/change) | 
               
               
                | 28 | 
                ea | 
                number of cartridges required cost per cartridge | 
               
               
                | - | 
                  | 
                 cost of cartridges for dry-out | 
               
             
           | 
         
         
              Como dispúnhamos 
              de somente 3 sets de cartuchos, o valor final de umidade da parte 
              ativa deverá situar-se em valores próximos à 
              1,6%.  
            O processo iniciou-se em 10/10/99 com o primeiro 
              set de cartuchos exaurindo-se após 861 h ou 274889 gal circulados, 
              o segundo set após 770 h ou 249643 gal e o processo foi interrompido 
              quando o terceiro set apresentava 252 h ou 75221 gal.  | 
         
         
                 
               | 
         
         
          | O ensaio de RVM inicial pode ser visto na Figura 1, 
            abaixo: | 
         
         
               
  | 
         
         
            
               
                tc 
  | 
                Urmax(V)  | 
                H2O (%)  | 
                Tcrit (°C) | 
               
               
                | 98,35  | 
                217,48  | 
                2,09  | 
                84,7 | 
               
             
              Figura 1 – Ensaio de RVM inicial – antes do início 
            do processo de secagem      | 
         
         
          | O ensaio de RVM mostra uma distribuição 
            uniforme de umidade ao longo da isolação (presença 
            de um único pico dominante) e o valor de umidade encontrado 
            mostra-se coerente com um transformador de 25 anos de idade. Isso 
            vem de encontro à nossa preocupação em se optar 
            por um equipamento que fosse representativo em relação 
            ao nosso parque de transformadores.  O processo de secagem foi interrompido 
              durante os meses de dez/99 e jan/00 devidos aos procedimentos de 
              segurança adotados em função do "bug do 
              milênio”. Todo o processo foi executado com o transformador 
              em operação. 
              | 
         
         
          |   | 
         
         
                 
               | 
         
         
          Tabela II, abaixo, mostra a evolução 
            dos valores de umidade no óleo isolante durante o processo: 
          
             
             
           | 
         
         
          
               
                | Set nº | 
                Data | 
                Tempo de Operação (H) | 
                vazão (gal) | 
                 Temp. óleo tr (°C) | 
                Temp. óleo filtro (°C)
  | 
                teor água entrada (ppm)
  | 
                teor de água saida 
                  (ppm) | 
                total de horas (h) | 
                volume óleo circulado (gal) | 
                Vol. água retirado por ciclo (L) | 
               
               
                | 1 | 
                10/10/99
  | 
                2,4
  | 
                0
  | 
                18
  | 
                
  | 
                19
  | 
                10
  | 
                  | 
                  | 
                  | 
               
               
                |  18/10/99 | 
                 183,5 | 
                57996 | 
                45 | 
                23 | 
                 16 | 
                 8 | 
                181,1 | 
                57996 | 
                1,774677 | 
               
               
                | 28/10/99 | 
                201,8 | 
                63816 | 
                50 | 
                18 | 
                14 | 
                5 | 
                18,3 | 
                5820 | 
                0,178092 | 
               
               
                | 03/11/99 | 
                345,8 | 
                109586 | 
                54 | 
                25 | 
                9 | 
                8 | 
                144 | 
                45770 | 
                0,82386 | 
               
               
                | 10/11/99 | 
                517,8 | 
                164588 | 
                40 | 
                20 | 
                11 | 
                10 | 
                172 | 
                55002 | 
                0,198007 | 
               
               
                | 17/11/99 | 
                550,8 | 
                175098 | 
                50 | 
                17 | 
                12 | 
                9 | 
                33 | 
                10510 | 
                0,075672 | 
               
               
                | 21/11/99 | 
                647 | 
                206046 | 
                50 | 
                30 | 
                14 | 
                10 | 
                96,2 | 
                30948 | 
                0,389944 | 
               
               
                | 26/11/99 | 
                696,5 | 
                221562 | 
                50 | 
                30 | 
                16 | 
                10 | 
                49,5 | 
                15516 | 
                0,279288 | 
               
               
                | 01/12/99 | 
                810 | 
                265723 | 
                50 | 
                28 | 
                16 | 
                15 | 
                113,5 | 
                44161 | 
                0,556428 | 
               
               
                | 03/12/99 | 
                861 | 
                274889 | 
                55 | 
                49 | 
                15 | 
                15 | 
                51 | 
                9166 | 
                0 | 
               
               
                | Volume total por set 4,275970 | 
               
               
                | 2 | 
                09/02/00 | 
                  | 
                274889 | 
                50 | 
                  | 
                19 | 
                  | 
                  | 
                  | 
                  | 
               
               
                | 10/02/00 | 
                866 | 
                275800 | 
                50 | 
                  | 
                18 | 
                3 | 
                866 | 
                911 | 
                0,055753 | 
               
               
                | 21/02/00 | 
                1019 | 
                325364 | 
                50 | 
                  | 
                19 | 
                9 | 
                153 | 
                49564 | 
                2,23038 | 
               
               
                | 28/02/00 | 
                1055 | 
                337037 | 
                50 | 
                33 | 
                16 | 
                4 | 
                36 | 
                11673 | 
                0,462250 | 
               
               
                | 09/03/00 | 
                1268 | 
                406036 | 
                50 | 
                24 | 
                11 | 
                8 | 
                213 | 
                68999 | 
                1,862973 | 
               
               
                | 13/03/00 | 
                1365 | 
                437130 | 
                50 | 
                25 | 
                12 | 
                9 | 
                97 | 
                31094 | 
                0,335815 | 
               
               
                | 17/03/00 | 
                1368 | 
                438001 | 
                55 | 
                30 | 
                12 | 
                12 | 
                3 | 
                871 | 
                0,004703 | 
               
               
                | Volume total por set 4,951875 | 
               
               
                | 3 | 
                10/04/00 | 
                1636 | 
                524532 | 
                  | 
                  | 
                13 | 
                12 | 
                268 | 
                60 | 
                0,006753 | 
               
               
                | 10/04/00 | 
                1638 | 
                524592 | 
                50 | 
                30 | 
                44 | 
                5 | 
                43 | 
                14497 | 
                0,182662 | 
               
               
                | 17/04/00 | 
                1681 | 
                539089 | 
                50 | 
                  | 
                14 | 
                6 | 
                47 | 
                15381 | 
                0,387601 | 
               
               
                | 24/04/00 | 
                1728 | 
                554470 | 
                50 | 
                20 | 
                10 | 
                3 | 
                23 | 
                7454 | 
                0,201258 | 
               
               
                | 28/04/00 | 
                1751 | 
                561924 | 
                50 | 
                  | 
                18 | 
                11 | 
                115 | 
                37109 | 
                0,935146 | 
               
               
                | 05/05/00 | 
                1866 | 
                599033 | 
                55 | 
                32 | 
                15 | 
                10 | 
                138 | 
                44563 | 
                0,962560 | 
               
               
                | 18/05/00 | 
                1888 | 
                599753 | 
                55 | 
                32 | 
                15 | 
                10 | 
                137 | 
                37829 | 
                0,817106 | 
               
               
                | Volume total por set 2,530528 | 
               
             
             
             Volume Total p/ 3 set 11,758374 litros | 
         
         
                 
               | 
         
         
          3. Resultados     | 
         
         
          | O total de água retirado do óleo isolante, 
            calculado na tabela II, está de acordo com valor especificado 
            pelo fabricante para esse modelo de cartucho. | 
         
         
                 
               | 
         
         
          
               
                tc 
  | 
                Urmax(V)  | 
                H2O (%)  | 
                Tcrit (°C) | 
               
               
                | 260,56  | 
                121,5  | 
                1,6 | 
                 95 | 
               
             
              Figura II- Ensaio de RVM após o final do processo de 
            secagem  
             
              | 
         
         
             
            
  | 
         
         
          4. Conclusões     | 
         
         
          Todas as premissas colocadas 
              no início do processo foram atingidas: o sistema de filtragem 
              permitiu a circulação do óleo de forma segura 
              com o transformador em operação; a substituição 
              dos cartuchos foi feita sem necessidade de desligamento do transformador; 
              não foi detectada remoção de inibidores de 
              oxidação e de gases dissolvidos, de forma a não 
              mascarar qualquer evolução do teor de gases que pudesse 
              prejudicar o diagnóstico de defeitos incipientes por cromatografia; 
              o teor de água final do óleo isolante permaneceu abaixo 
              de 15 ppm e o custo final do processo foi inferior ao obtido pelo 
              processo tradicional de tratamento (termovácuo).  
            O resultado final de RVM mostra que o valor de 
              umidade da parte ativa decresceu de 2,09 para 1,6% e apresenta-se 
              uniformemente distribuído pela isolação, comprovando 
              a eficiência do processo de secagem. Os valores finais de 
              umidade no óleo isolante situaram-se em 10 ppm. Os custos 
              do processo, em relação ao tradicional, ainda não 
              foram completamente calculados mas uma estimativa coloca-o como 
              50% inferior ao processo tradicional. 
            O processo de secagem da parte ativa de transformadores 
              de potência, energizados, utilizando filtros absorvedores 
              de água apresenta-se como um grande avanço no controle 
              de umidade da parte ativa e vem de encontro à necessidade 
              de processos de manutenção que não exijam impedimento 
              do equipamento, aumentando, por consequência a disponibilidade 
              do Sistema.  
               
              | 
         
         
             
               | 
         
         
          Bibliografia     | 
         
         
          | (1) Nunes Jr, Jayme L. - O Óleo Isolante 
            do Ponto de Vista Químico - IV SEMEL – Seminário 
            de Materiais do Setor Elétrico Curitiba, 1994; 
             (2) GCOI, Comissão de Estudos Físicos – 
              SCM 093 Metodologia da Avaliação da Umidade da Superfície 
              do Isolamento Ago/91; 
            (3) Schlag, Alexander G. – The Recovery Voltage Method 
              for Transformer Diagnosis; 
            (4) Galdeano, Claudio A. e Nunes Jr, Jayme L. - Diagnose 
              do Estado da Isolação Sólida de Transformadores 
              através do Ensaio de Índice de Polarização 
              (RVM) – II SEMASE Seminário Nacional de Manutenção 
              do Setor Elétrico, Curitiba Nov/98. 
             | 
         
       
     |